segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Black is Beautiful



Faz dois meses que estou no Brasil. Como esse blog nasceu para contar uma viagem, não há sentido em continuá-lo, já que a mesma acabou. Mas tinha prometido uma última postagem. Uma espécie de melhores momentos com as minhas impressões finais. Pensei muito no que escreveria. São muitas as recordações. Resolvi, enfim, falar sobre o que as pessoas me procuram para comentar.
Muita gente que eu encontro me pergunta para qual lugar da África eu gostaria de voltar. Não é difícil responder.
Eu voltaria, sem dúvida para a África do Sul. A Cidade do Cabo não é o Rio, mas é, sem dúvida, uma ‘cidade maravilhosa’. De lá sai a Rota Jardim, a estrada mais bela do mundo segundo os sul-africanos, estrada que eu não conheci, mas que, certamente, valeria a volta. A África do Sul tem ainda grandes atrações no eco-turismo e alguns dos melhores parques para fazer safáris.
Vista da Table Montain na Cidade do Cabo
Eu também voltaria para Moçambique. Não apenas pelas nossas raízes históricas comuns, mas principalmente porque é um país adorável. Maputo, a capital, é pobre, mas agitadíssima. Tem a cara da África. Tem ótima gastronomia (comi um excelente bacalhau à moda portuguesa, fora os frutos do mar) e o povo muito receptivo. Moçambique tem ainda belas praias.

Feirinha em Maputo - Moçambique

O Zimbábue também valeria uma volta. Sua capital, Harare, é a mais elegante cidade que conheci na viagem, com avenidas largas e prédios imponentes.
Centro de Harare - Zimbáue

Na fronteira com a Zâmbia está a grandiosa Vitória Falls que pode ser vista dos dois países, mas a melhor vista é a do Zimbábue.
Vitória Falls

 Aliás, a Zâmbia também mereceria uma volta, pois, além da cachoeira, é ainda o ponto de partida do Trem Tazara, o ‘transiberiano’ da África, um trem que corta a savana africana, entre vilas e reservas, para, depois de 48 horas de viagem chegar à Tanzânia. Foi um dos pontos altos da nossa viagem.
Trem Tazara
Com certeza eu voltaria à Tanzânia, que tem Zanzibar, a ilha da ‘Cidade de Pedra’, Patrimônio Cultural da Humanidade. História, aromas, comidas e praias. Uma combinação perfeita. 
Zanzibar - Tanzânia
A Tanzânia tem ainda o Monte Kilimanjaro, o maior da África, cujo topo todo trilheiro almeja alcançar (ainda chego lá), um pedaço do Lago Vitória e ótimos lugares para fazer um safári. De sobra, ainda tem a melhor cerveja do continente: a Kilimanjaro uma verdadeira ‘Heineken’ da savana.
Lago Vitória
Uganda é um pequeno país no centro da África, mas com uma economia pra lá de pujante. Eu voltaria lá para sentir mais uma vez a energia de Kampala, sua movimentada capital. Acharia ainda um tempinho para ver o parque dos gorilas e ver de novo o Lago Vitória na margem norte.
Centro de Kapala - Uganda
A Etiópia foi talvez a maior surpresa que tive na viagem e pretendo voltar lá um dia. Sede de grandes impérios que nos deixaram as igrejas subterrâneas de Lalibela, os obeliscos de Aksun, os Castelos de Gondar e muitos outros sítios que não pude visitar. Ligando esses lugares uma sensacional (e perigosa) estrada que serpenteia os abismos das Montanhas Simen. Tem ainda Addis Ababa, a capital, uma cidade moderna com ótima gastronomia.
Igreja de Lalibela - Etiópia

Castelo em Gondar

Não me dei muito bem no Sudão. Mas acho que voltaria para dar uma segunda chance. É um belo país e Khartoum, a capital, fica na confluência dos Rios Nilo branco e Nilo azul (só lá descobri que havia dois rios Nilo). Ao norte dá para visitar as Pirâmides de Meroe e, continuando, pode-se chegar ao Lago Nasser e atravessá-lo para chegar ao Egito. Pena que não deu tempo para fazer essa ‘travessura’.
Rio Nilo - Khartoum - Sudão

O Egito é um país para se voltar várias vezes. Os monumentos das civilizações que floresceram ao longo do Rio Nilo, as Pirâmides e a incrível capital Cairo, fazem deste país uma das maiores atrações turísticas do mundo.
Pirâmides do Egito
Mas o que mais me levaria a voltar para a África e o que mais me marcou nessa viagem, é a sua gente. Sofrida, rejeitada, abandonada, mas incrivelmente batalhadora. Vi um continente em construção. As nações que conseguiram superar o colonialismo, as guerras, as ditaduras, vem conseguindo grande crescimento econômico.  Nos próximos anos a África passará por grandes mudanças. É a bola da vez. Assim, quando me perguntam qual o futuro da África, respondo que é, sem dúvida, promissor.
“Black is Beautiful”. Em muitos momentos da viagem cantarolei a belíssima canção de Marcos Valle que a voz de Elis Regina imortalizou. A África é incrível e precisa ser trazida ao nosso mundo, fazer parte do nosso futuro.
Agradeço à todos que me acompanharam nessa aventura. Fico lisonjeado com as quase onze mil visitas que recebemos. Nosso blog ficará na web para quem quiser saber um pouco sobre a viagem e eu fico à disposição para qualquer informação que alguém desejar.
Até a próxima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário