Cape o que?

Aqui tudo começa com Cape. Então hoje fui visitar o Cape Point e o Cape of Good Hope. Confesso que fiquei sem entender bem o que é um e o que é o outro. Mas vamos começar do começo. Já disse que aqui é taxi ou excursão. Hoje foi excursão. Comprei um pacote para os capes com direito a uma degustação de vinho à tarde. Módicos R$ 220,00. Mas deixa eu explicar antes. Cape Town (Cidade do Cabo) é cape, mas não fica bem no cape. Fica no meio de uma península cheia de capes em volta. Deu pra entender? Bom, saímos por um passeio na península, beirando o mar e passando pelas praias. Praias bonitas, entre montanhas, mas cheias de pedras e segundo informações obtidas, gélidas. Melhores de se ver do que se banhar. Mas com charme; Camps Bay, a mais badalada, tem bares, restaurantes e muita gente branca caminhando e se exercitando. Adiante, a estrada afunila e vamos andando por dentro da rocha que encosta no mar. Mas não era túnel,  ficamos dentro da pedra, mas sem parede do lado de fora. Incrível, mas se chovesse, não sei não... Andando um pouco mais, passamos por um bando de baduínos, até que finalmente chegamos.

Um pouco de história. Lembram que aprendemos na escola que o Bartolomeu Dias chegou ao extremo sul da África perdeu umas caravelas (talvez até a sua) e deu o nome de Cabo das Tormentas àquele lugar? E depois veio o Vasco da Gama, que cruzou essa ponta e deu o nome de Cabo da Boa Esperança (se tiver algum historiólogo por aí, corrija)? Pois é. O guia contou essa história, entramos no parque, recebemos o folheto: “Welcome to Cape of Good Hope” (estou com ele em mãos), mas quando paramos, era o Cape Point. Achei, naturalmente que eram a mesma pessoa, mas por via das dúvidas fui inquirir o guia no meu inglês fluente:

–                   Is here Cape of Good Hope?

–                   No, here is Cape Point.

–                   But in the paper say “Welcome to Cape of Good Hope”...

–                   Yes, but in Cape of Good Hope there is nothing do see.

–                   Why then the name of the park is Good Hope instead Cape Point?

Se aqui tivesse Procon, eu ia. Comprei o Good Hope e me entregaram o Cape Point. Mas eu prossegui:

–                   At least, is here the junction of Atlantic Ocean with Indic?

–                   No,  it's 200 km far.

(Mantive o diálogo original, para que não fosse perdida a riqueza da discussão; se alguém precisar, vá ao Google Translate). 

Não falei mais nada, mas pensei: afinal, o que viemos fazer aqui? Não serve para aplicarmos nossos conhecimentos históricos e sequer pudemos ver o famoso encontro das águas oceanicas (será que é tão famoso assim?). E tem mais, o bondinho não estava funcionando, mas mesmo assim nos cobraram 40 paus para subir a montanha de van. Bom, mas até que a vista não era feia. A foto está ai em cima.

Passamos por viveiro de pinguins (hoje foi dia dos bichos), paramos para o almoço e à tarde seguimos para uma degustação de vinho em Stellenbosch, a capital do vinho sul africano. (Postei duas fotos; a segunda não ficou boa mas prometi ao grupo que acompanhou, que colocava. Em troca eles vão ter que acessar meu Blog todo dia mesmo não entendendo uma palavra de português.) Não sei se o vinho era bom, o Nivaldo vai dizer (Nivaldo é o bloguista do 'Vinho Todo Dia'. Veja ao lado nas nossas indicações), mas seis tacinhas com dois dedos de vinho, três brancos e três tintos, não mataram minha sede de vinho sul africano. Vou ter que resolver isso de outra maneira. E acho que vai ser hoje, porque afinal, chega de moleza! Amanhã vamos pegar estrada! Para o norte!

Me pediram e eu vou atender. Amanhã troco a camiseta (tem gente que pensa que eu vim para um concurso de beleza). Pediram também mais fotos da Table Montain, mas não ficaram boas. As de hoje estão melhores. A montanha é paraguaia, mas é mais fotogênica. A moça do hotel vou postar só pra quem pediu. Vai que tem um cara da Play Boy acompanhando o Blog. E a minha sobrinha está em Haia acompanhando tio. Beijão.