Já estou em Luzaka, capital da Zâmbia, 1,3 milhões de habitantes, pouco maior que Goiânia. Não falei antes para não assustar ninguém, mas estava um pouco receoso sobre o que ia encontrar aqui. Domingo passado, quando ainda estava em Harare, estava tendo eleições para presidente da Zâmbia. Eleições na África são sempre delicadas e as daqui, muito concorridas. Num jornal de Harare li sobre o candidato da oposição acusar o governo de fraude, ou coisa assim. Mas ao entrar no país, em Livingstone, o resultado já havia saído e a oposição ganhou. O motorista de táxi que me contou disse que se fosse no Zimbabwe tinha guerra civil, mas aqui é normal. Que bom. Tem festa para todo lado.
A Zâmbia é um pais democrático e, nos últimos dez anos, tem crescido a taxas aceleradas. Minha primeira impressão é que a qualidade de vida aqui é um pouco melhor que em Moçambique e Zimbabwe.
Mas para chegar aqui, passei por uma roubada. Literalmente. No hotel que eu estava em Livingstone, não tinha toalha no quarto (praga do Joel). Tinha que pegar na portaria e depositar U$ 10. Pegava de volta na saída. Pois bem, hoje ia pegar o ônibus às 7:30h. Às sete cheguei na portaria com a toalha para devolver e... fechada. Devolvi a toalha pro vigia e mandei ele ficar com o dinheiro. Duvido que tenha conseguido. O dinheiro deve ter ficado com o porteiro dorminhoco. Que raiva!
Já no ônibus (na foto ele até parece ajeitado, mas é derrubadão), o golpe das fileiras. Esse tinha cinco em vez de quatro. As pernas cabiam, mas todo mundo tinha que vir encolhidinho. Pelo menos quem sentou do meu lado uma adolescente magrinha. Sete horas de viagem e ela veio teclando seus dois celulares de lá até aqui. Paramos para almoçar num lugar suspeitosíssimo. Mas como todo mundo comia, comprei uma 'sausage' (salgadíssima) and chips (gordurosíssimas). Estou vivo...
Fui criticado outro dia porque ajudei um rapaz branco na rodoviária de Johannesburgo. Falei que muitos negros pedem dinheiro e a gente não ajuda. Pessoas entenderam que foi racismo. Talvez tenha colocado mal. Afinal, o rapaz me ajudou a achar um hotel. Mas o que eu quis dizer mesmo é que até para ajudar alguém, a 'boa' aparência funciona. Nesse caso como a aparência era branca, talvez os críticos tenham alguma razão. É difícil ter um padrão de comportamento quando a gente é o tempo todo assediado. Alguns, por simpatia ou qualquer outra razão subjetiva, acabam conseguindo. Hoje, quando ia pagar o almoço, um rapaz de paletó, ao meu lado na fila pediu para inteirar o dinheiro para o seu. Tinha boa aparência também, mas era negro. Dei o dinheiro. Já na rodoviária de Luzaka, fui abordado por dezenas de pessoas 'oferecendo' serviços. Não dei para ninguém...
Já estou confortavelmente hospedado em Luzaka, no Fairview Hotel (U$ 70). Agora, em qualquer cidade que chego, chamo um táxi e mando ele ir para um dos hotéis recomendados pelo Lonely Planet. Sai mais caro, mas não tem stress. Amanhã mando mais notícias.
Ainda não tirei fotos de Luzaka, então vai a do hotel
Parabéns pela excepcional coragem!
ResponderExcluirGerson, estamos na Comissão, a qual você faz parte, discutindo o que estas holandesas tem a haver com sua viagem à Africa. O senhor está muito saidinho...
ResponderExcluirAdonídio, eu saidinho e o senhor interessado, né?
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