Dar es Salam

A Tanzânia, comparada aos outros países africanos é uma próspera república. Tem 38 milhões de habitantes e turisticamente falando, é um dos principais destinos africanos. A Tanzânia, que se originou das colônias de Tanganica e Zanzibar, tem atrações que abrange praticamente tudo o que se espera encontrar na África: a exuberante Victória Falls, os Parques Serengueti e Selous, a cratera de Ngorongoro, o Monte Kilimanjaro e a exótica Zanzibar. Pela sua posição estratégica no centro do Oceano Índico, o arquipélago de Zanzibar, importante base para as rotas comerciais desde a antiguidade, teve domínio árabe durante muitos séculos e irradiou essa cultura para o resto do país. Prova disso é que desde que entramos na Zâmbia já verificamos nos povoados pelos quais passávamos, elementos da cultura árabe, como por exemplo, as mulheres de véu.

Dar es Salam, a capital, é uma metrópole regional, com 2,5 milhões de habitantes e podemos dizer que é uma mistura das influências africanas, árabe e indiana. Confesso porém que não me identifiquei muito com Dar. É outra África, apesar de ter as mesmas características das outras metrópoles africanas: trânsito caótico, sujeira nas ruas e um cinturão de miséria em volta delas. Parece que não vi aqui a receptividade até ingênua que vinha tendo até então.

Diga-se a bem da verdade, que cheguei aqui quase de noite e fui me hospedar no bairro árabe, entre ruelas estreitas e encardidas. Como todo bairro árabe, aqui tem a sua mesquita, que as seis da manhã chama os fiéis para o culto e acorda os infiéis como eu, que ainda estão dormindo. Também o tempo não ajudou, ia sair do hotel,, mas caía uma chuva forte. Mudei de ideia e fui a uma lan house. Estava 'not conecting' e então fui ao banco tirar dinheiro. A chuva continuava e aproveitei para ir ao barbeiro. Tudo ao lado do hotel. Até que resolvi ir à luta. Peguei um táxi e fui para o museu Nacional. Muito interessante. Tinha até o Vasco da Gama, líder do Brasileirão (só até domingo), que dobrou o Cabo da Boa Esperança e veio direto para Zanzibar.

Mas engraçado mesmo foi o taxista. Em péssimo inglês (como o meu, aliás) contou-me que presidente Lula esteve por aqui. Até já sabia. Lula visitou a Zâmbia também e vários outros países da África. Expliquei para ele que Lula não era mais o presidente do Brasil e que agora era uma mulher chamada Dilma. Ele riu muito e eu não entendi porque. Ao me despedir dele pedi seu telefone porque precisaria de um táxi no dia seguinte. Ele escreveu num papel e me deu. 'E o seu nome', perguntei. Ele respondeu: 'Dilma'.

Do museu, fui até a praia. Vazia e com um monte de desocupados. Andei até a estação de ferry para Zanzibar, mas o assédio era ta~grande que fui embora. Resolvi voltar ao hotel andando (uns 5 Km), passando pelo centro da cidade. Duas coisas interessantes: a primeira é que os carros estacionam em cima das calçadas, os pedestres andam na rua. A segunda foi o 'churrasquinho de gato' de carneiro and chips que comi. Muito bom. Aí vai a foto. Até Zanzibar.

Em tempo; por motivos alheios, tive que passar mais um dia aqui. Aproveitei para visitar todas as Internets lentas da cidade. Zanzibar, só amanhã.