Tô em Zanzibar

Parece brincadeira, mas não é. Chegar a Zanzibar, que fica a apenas 70 Km de Dar es Salam (me corrigiram que é Dar es Salaam, Vocês escolhem), a três horas de barco ou 15 minutos de avião, também não foi fácil.

Tinha marcado com minha esposa Vânia, um descanso de uma semana em Zanzibar, um misterioso e exótico arquipélago nas costas da Tanzânia. Era para ela chegar no sábado e iríamos direto assim que ela desembarcasse em Dar. Vânia porém perdeu uma conexão e teve que refazer seu trajeto passando por Milão e Dubai. Bom, como ela usou suas milhas para um 'upgrade' para a classe executiva, não deve ter sido tão estafante, assim. Entre uma champanha e outra (champanha, não é espumante, viu Nivaldo?), lá se foram 50 horas de viagem ao invés das 24 previstas inicialmente. Pior foi para mim, que tive que ficar mais um dia em Dar, tentando uma Internet com um mínimo de sinal para acompanhar os acontecimentos.

Já no domingo, resolvi chegar mais cedo no aeroporto. Achei que seria mais confortável para esperá-la, já que tive que sair do meu hotel ao meio dia e ela chegaria 15:40h. Talvez até achasse lá uma conexão que prestasse. Ledo engano.

Dizem que o pior aeroporto do Brasil é o de Goiânia, onde moro. Mas se tivesse que escolher entre passar um dia inteiro no nosso ou meia hora no aeroporto de Dar, escolheria o primeiro. O aeroporto internacional de Dar, onde tive que passar cinco horas é o pior que já vi em minha vida. Temos que esperar quem chega, praticamente ao relento. Os portões de embarque e desembarque são juntos e se você tiver que esperar para ter acesso à sala de embarque, fica no mesmo lugar. Ainda bem que não choveu, seria o caos. Mais tarde, muito a contragosto, ainda descobri que na sala de embarque não tinha banheiro.

Mas tirando esses pequenos detalhes, tudo correu bem. Vânia chegou, tomou um 'baculejo' e embarcamos, em seguida, para Zanzibar.

Ao chegar em Zanzibar Vânia já estava alegrinha

Zanzibar, já disse, fica nas costas da Tanzânia e é o 'zan' da Tanzânia, já que esse país nasceu da unificação das ex colonias Tanganica e Zanzibar. Ouvimos muito falar de Zanzibar na escola. Já disse que Vasco da Gama (que conseguiu um heroico empate com o Timão, domingo passado) dobrou o Cabo da Boa Esperança e chegou a Zanzibar. Parece que não houve acordo com os árabes e os portugueses tomaram a cidade que passou a ser colonia portuguesa. Se antes já era um importante e estratégico centro de comercio especialmente de escravos, passou a ser também o principal entreposto no comércio das especiarias com as Índias (leia-se Calcutá).

Zanzibar tem a sua parte histórica, chamada Cidade de Pedra, Patrimônio Cultural da Humanidade e praias azuis transparentes que atraem visitantes do mundo inteiro. A primeira tem construções antigas que refletem o passado da cidade. Destaca-se o Mercado de Escravos, onde se tem uma ideia do confinamento ao qual eram submetidos antes de serem vendidos.

Escultura a céu aberto no Mercado de Escravos

Também a culinária da cidade é marcante. Logo que chegamos fomos ao Forodhani Gardens, uma feira de alimentação numa praça da cidade onde as barraquinha vendem polvo, camarão, lagosta, lula e outras iguarias, pescados no dia (pelo menos é o que eles dizem) e feito na hora. E barato. Uma lagosta, por exemplo sai por 13 reais. Também no segundo dia na cidade, num restaurante de comida típica, tivemos um jantar de frutos do mar absolutamente diferente do que estamos acostumados, com temperos e ingrediente que eu nunca tinha experimentado. Valeu muito . Tem a foto.

Mas já era hora de ir. O atraso de um dia sacrificou a Cidade de Pedra.

Já estamos em Nungwi, uma vila ao norte da ilha. Depois falo das praias de Zanzibar.